terça-feira, 31 de maio de 2011

Festival está previsto para o segundo semestre

Por Victor Affonso

Como bem afirmou Robério, o festival não foi deixado  de lado e está previsto para acontecer no segundo semestre. Quando e onde vai depender de um entendimento dele com a comissão que está elaborando o projeto.

O festival de rock, que seria/será realizado pela SEC, mas todo planejado e organizado por agentes culturais locais já envolvidos com a cena, traz como proposta o formato demonstrativo, e não competitivo. O evento, que aconteceria durante vários dias em pontos distintos, traria sets de 45 minutos para cada banda com músicas autorais, sem atração de outros Estados.

“Neste primeiro momento, a idéia é estimular a cena local e, por isso, só apresentar bandas daqui. Até por ser a primeira edição do festival, queremos manter o foco, dar mais visibilidade ao nosso objetivo. Talvez, numa possível segunda edição, traríamos artistas de fora do Amazonas para ter essa troca de experiência”, afirma Caio. Guto completa dizendo que Manaus iria concentrar os shows, “para ter uma divulgação mais ampla”.


A questão de produtos vinculados ao festival e a existência de editais para contemplar os artistas também foram discutidos durante as primeiras reuniões da Comissão. “Chegamos até a pensar numa compilação em CD com algumas músicas das bandas participantes, o que ainda não foi descartado, só precisamos retomar os nossos diálogos”, revela Guto.


Basta ver se, agora que o FAO chegou ao fim, as atenções da SEC irão novamente se voltar ao futuro. Não só ao futuro dos eventos públicos, mas ao futuro do rock no Amazonas. “O festival vai servir também para destruir alguns estigmas e barreiras que ainda existem na cena em Manaus”, finaliza Guto. 


Integrantes da comissão falam do Festival de rock da SEC (cont...)

Caio Mota, músico integrante do Coletivo Difusão, entidade motivadora da cultura independente no Amazonas, e um dos 13 membros da Comissão que havia sido formada na reunião, praticamente composta por músicos, artistas e agentes culturais locais, acredita que uma das razões do evento ter “esfriado” foi a não-continuidade nos diálogos entre os artistas e a SEC. “No começo, nos reunimos para deliberar como seria a melhor forma de fazer este festival, e foi o que fizemos, começamos até a elaborar o projeto, mas não teve continuidade”, conta.

Para ele, os dois lados tem parcelas de culpa. “Não foi só culpa da Secretaria, nós da comissão não fomos tão pró-ativos quanto deveríamos ter sido, ou como queríamos. Ao mesmo tempo em que o Robério não definiu uma data, por exemplo, não houve uma pressão pelo nosso lado em estabelecer um dia e local. Se a comissão não fizer nada, dificulta. É uma questão de vontade”, completa o músico.

Já para Augusto Nunes, o Guto, também músico e representante do Cuia Coletiva – outro grupo encarregado de estimular a música independente na cidade – na Comissão, a razão da inércia dos artistas locais era devido à falta de um feedback por meio da SEC. “Nós imaginávamos que eles (a secretaria) iriam nos dar uma certa prioridade. Não como dão para o FAO, mas já que foram nos procurar, que teríamos um pouco mais de importância”, declara.

Guto comenta que os membros da Comissão ficaram um pouco decepcionados e resolveram levar à diante seus projetos extra-festival, até porque esperavam uma resposta da SEC. “Quase todo mundo que está participando da Comissão toca em alguma banda, então eles estavam gravando seus CDs, fazendo shows, etc., não tínhamos como parar e nos dedicarmos ao evento que nem sabíamos se realmente iria acontecer. Foi uma acomodação da cena”, resume.

Tanto Caio quanto Guto concordam ao dizerem que a vontade de realizar existe, e é grande. “Mas ainda é algo muito utópico, e nós sabemos disso. As promessas foram feitas, mas sabemos as dificuldades e burocracias que existem por trás de algo como um festival. Do mudo que tudo aconteceu, nunca tínhamos visto antes, então foi apenas natural que ficássemos com o pé atrás”, desabafa Guto.



Festival de rock da SEC: Verdade ou promessa? (cont...)

Enfim o Governo do Amazonas tem interesse em se unir com agentes culturais que promovem e realizam rock autoral do Estado. O primeiro trabalho juntos é um festival de rock com atrações locais. Um ótimo começo, não é? Isso se o projeto saísse do papel e fosse para o palco. Planejado no final do ano passado, numa reunião com artistas e produtores locais para acontecer em janeiro de 2011, o tal evento acabou ficando em segundo plano, tanto por parte da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), quanto pelos artistas que estariam encarregados de definir e organizar o festival.

Multidão no Festival Até o Tucupi, modelo de evento semelhante ao proposto para o evento da SEC

Quando perguntado o porquê desta estagnação, o titular  da SEC, Robério Braga, negou que o festival tenha sido deixado de lado. “O festival não estava previsto para acontecer no começo deste ano, e sim no segundo semestre, quando a Secretaria não estivesse mais ocupada com o Festival Amazonas de Ópera (FAO, evento grandioso- e controverso -do gênero que terminou no último domingo, dia 29)”, afirma.

Braga acrescenta, ainda, que a proposta era para ter sido apresentada pela Comissão que havia sido formada, mas até o momento ele não recebeu nada. “São os artistas que irão definir tudo: desde como será a mostra como quais serão as bandas aptas a se apresentar. Tudo é com eles”, completa. O secretário assegurou que a Comissão e as estruturas do evento continuarão as mesmas.


Início do projeto

Vale lembrar que os debates entre SEC e músicos surgiu após o convite da secretaria para discutir a segunda edição do Festival de Rock do Amazonas, evento que anteriormente foi realizado no Teatro Amazonas e encabeçado  pela Ordem dos Músicos do Brasil, secção Amazonas . Na ocasião, 70% das atrações eram bandas covers.

Após essa primeira reunião foi eleita uma comissão de 13 representantes que ficaram encarregados de elaborar o projeto do Festival e pensar qual a melhor forma dele contemplar as bandas de rock do Amazonas.

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